Queimadas devastam 22 milhões de hectares no Brasil em 2024, com a Amazônia entre as mais afetadas

De janeiro a setembro de 2024, o Brasil registrou 22,38 milhões de hectares queimados, um aumento expressivo de 150% em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo o Monitor do Fogo, do MapBiomas. A área devastada é equivalente ao estado de Roraima, com a Amazônia concentrando 51% das queimadas, o que representa 11,3 milhões de hectares.

O estudo aponta que 73% da área queimada corresponde a vegetação nativa, com destaque para as formações florestais, que ocupam 21% do total queimado. No setor agropecuário, as pastagens plantadas foram as mais afetadas, somando 4,6 milhões de hectares destruídos.

Mato Grosso lidera como o estado mais atingido, com 5,5 milhões de hectares queimados, seguido pelo Pará (4,6 milhões) e Tocantins (2,6 milhões). São Félix do Xingu, no Pará, foi o município mais afetado, com 1 milhão de hectares queimados, seguido por Corumbá, que perdeu 741 mil hectares.

Setembro foi o mês mais devastador, com 10,65 milhões de hectares queimados, representando 47,6% do total do ano. Em relação ao mesmo mês de 2023, o aumento foi de 181%.

De acordo com Ane Alencar, diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), a seca intensa entre junho e outubro, agravada pelas mudanças climáticas, foi um dos principais fatores que impulsionaram os incêndios na Amazônia neste ano.

O Cerrado também foi fortemente impactado, com 4,3 milhões de hectares queimados em setembro, um aumento de 117% em relação ao mesmo período de 2023. O Pantanal registrou um aumento dramático de 2.306% na área queimada, enquanto a Mata Atlântica perdeu 896 mil hectares, principalmente em áreas de cana-de-açúcar. Em contrapartida, o Pampa e a Caatinga registraram reduções nas queimadas devido a condições mais úmidas.

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