Mulheres ganham 11,1% a menos que os homens em Pernambuco, revela Relatório de Transparência Salarial

Mulheres ganham 11,1% a menos do que os homens no estado de Pernambuco. É o que aponta o 1º Relatório de Transparência Salarial já publicado no país com recorte de gênero. O documento, apresentado pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE), contém os principais dados extraídos das informações enviadas pelas empresas com 100 ou mais funcionários – perfil exigido por lei para apresentar os dados para o Governo Federal.

No total, 1.509 empresas pernambucanas responderam ao questionário. Juntas, elas somam 562,9 mil de empregados. A exigência do envio de dados atende à Lei nº 14.611, que dispõe sobre a Igualdade Salarial e Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens, sancionada pelo presidente Lula em julho de 2023.

A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em Pernambuco, em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 26,9%.

No recorte por raça, o relatório aponta que as mulheres negras, embora sejam maioria no mercado de trabalho pernambucano, recebem menos do que as mulheres brancas. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 2.625,55, a da não negra é de R$ 3.424,96. No caso dos homens, os negros recebem em média R$ 3.007,01 e os não negros, R$ 3.796,90.

O relatório também contém informações que indicam se as empresas têm políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.

No caso de Pernambuco, o relatório registrou que 47% das empresas possuem planos de cargos e salários; 36,2% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência; 30,7% têm políticas de apoio à contratação de mulheres; e 23,4% adotam incentivos para contratação de mulheres negras.

Apenas 16,3% possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 21,4% incentivam o ingresso de mulheres com deficiência, e apenas 5,9% têm programas específicos de incentivo à contratação de mulheres vítimas de violência. Poucas empresas ainda adotam políticas como licença maternidade/paternidade estendida (17,2%) e auxílio-creche (18,9%).

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