Desmatamento no Brasil em 2023 mostra redução de 11,6%, mas aumento alarmante em alguns estados

Em 2023, o Brasil registrou a perda de 1.829.597 hectares de vegetação nativa, representando uma diminuição de 11,6% em comparação a 2022, quando 2.069.695 hectares foram desmatados. Esses dados são provenientes do Relatório Anual de Desmatamento (RAD 2023) do MapBiomas, divulgado nesta terça-feira (28/5). Na Amazônia, a devastação diminuiu em 62,2%, com 454,27 mil hectares desmatados no ano passado, enquanto no Cerrado houve um aumento de 67,7%.

O Pantanal teve um aumento de 59,2%, com 49,67 mil hectares desmatados em 2023, e a Caatinga registrou um crescimento de 43,4%, com 201,68 mil hectares. Por outro lado, a Mata Atlântica e o Pampa apresentaram reduções nos índices de desmatamento, respectivamente, 59,6% (12,09 mil hectares) e 50,4% (1,54 mil hectares). Em 2023, houve predominância de desmatamento em formações savânicas (54,8%), seguido por formações florestais (38,5%).

Nos últimos cinco anos, o Brasil perdeu cerca de 8,56 milhões de hectares de vegetação nativa, sendo mais de 85% na Amazônia e no Cerrado. A agropecuária é apontada como o principal vetor de desmatamento, contribuindo com mais de 97% da perda de vegetação nativa nesse período. Outros fatores incluem garimpo, eventos climáticos extremos, expansão urbana e projetos de energia solar e eólica na Caatinga.

Em 2023, foram desmatados 96.761 hectares em Unidades de Conservação, representando uma redução de 53,5% em relação a 2022. Já dentro de Terras Indígenas, foram observados 20.822 hectares de perda de vegetação nativa, o equivalente a 1,1% do desmatamento total no país no ano. Estima-se que mais de 93% da área desmatada no Brasil em 2023 apresentou algum tipo de irregularidade, como falta de autorização ou localização em territórios protegidos.

Em relação aos estados, aqueles que apresentaram as maiores reduções na área desmatada em comparação a 2022 foram Paraná, Rondônia, Acre, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Amazonas, com quedas de cerca de 68% a 70%. Por outro lado, o Maranhão ocupou o primeiro lugar pela primeira vez, com um aumento de 95,1% na área desmatada em relação a 2022, totalizando uma perda de 331.225 hectares de vegetação nativa. Os estados de Tocantins e Goiás também apresentaram aumentos significativos na área desmatada, de 177,9% e 125,3% respectivamente. Juntos, cinco estados (Maranhão, Bahia, Tocantins, Pará e Mato Grosso) foram responsáveis por 65,5% de todo o desmatamento no país em 2023.

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