Guerras e debates sobre o clima dominam conversas iniciais da cúpula do G20 no Rio

A abertura da cúpula do G20, realizada nesta segunda-feira (18) no Rio de Janeiro, foi marcada por tensos debates envolvendo as guerras na Ucrânia e em Gaza. Enquanto o presidente chinês, Xi Jinping, alertava para um mundo em transformação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva buscava redirecionar o foco para a luta contra a fome, lançando uma ambiciosa aliança global com adesão de 82 países.
No entanto, as tensões geopolíticas roubaram parte da atenção. Um dia após autorizar a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance contra a Rússia, Joe Biden defendeu o apoio à soberania ucraniana. “Os Estados Unidos apoiam fortemente a integridade territorial da Ucrânia. Todos deveriam fazer o mesmo”, afirmou Biden diante do ministro russo Serguei Lavrov.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, reiterou a posição de Berlim contra o envio de mísseis à Ucrânia, enquanto se comprometeu a enviar drones avançados. Já o premiê britânico, Keir Starmer, evitou comentar planos detalhados, afirmando que “a única beneficiada seria a Rússia”.
Outro ponto de tensão foi o conflito entre Israel e Hamas, com Biden pedindo um cessar-fogo imediato. Xi Jinping, por sua vez, resumiu os debates: “O mundo está entrando em um novo período de turbulência”.
Além das guerras, a mudança climática segue no centro das discussões, especialmente diante da promessa do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de retirar novamente o país do Acordo de Paris. Segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, um acordo global sobre o tema é urgente, já que o planeta caminha para um novo recorde de temperatura.
Lula também destacou a importância de combater a fome e a pobreza, propondo uma aliança global com metas ambiciosas até 2030. Apesar das tensões, o anfitrião espera que o tema ganhe mais espaço nas discussões, em contraste com os desafios geopolíticos e climáticos que dominam a cúpula.